Ektipos Entrevista Tenente-Coronel Felipe Luís de Oliveira Vilela

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O Tenente-Coronel Felipe Luís de Oliveira Vilela é um aviador de destaque da Força Aérea Brasileira (FAB), com mais de 2.700 horas de voo, das quais 2.200 na aviação de caça. Formado em diversas especialidades, incluindo análise de ambiente eletromagnético, gestão pública e tática aérea, ele acumulou experiências únicas, como instrutor em intercâmbio com a Força Aérea Americana e comandante de esquadrilhas internacionais. Atualmente, com uma sólida trajetória de liderança e atuação operacional, ocupa o cargo de comandante do 3º/3º GAV.

Perguntas:

  1. Artioli: Por que você decidiu se tornar piloto?
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  • O que o motivou a seguir a carreira de aviador, especialmente na aviação de caça?
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A minha ligação com a Força Aérea Brasileira teve grande influência do meu pai, que é militar aposentado da PM de São Paulo e estudou na Escola Preparatório de Cadetes do Ar (EPCAR), na turma de 1973. Ouvir as histórias dele me motivaram a ingressar na EPCAR e dentro da Escola Preparatória, ao aprender mais sobre a carreira percebi que era uma profissão que aliava um desafio cognitivo e um ambiente extremamente dinâmico com demandas físicas também, o que combinava bastante com o que eu buscava como profissão. Com isso, segui para a Academia da Força Aérea e no momento da escolha das Aviações optei pela Aviação de Caça basicamente pelo mesmo motivo. Apesar das demais aviações também serem desafiadoras, na Aviação de Caça o piloto é exigido fisicamente, aplicando altas cargas G, ao mesmo tempo em que precisa tomar decisões complexas, sendo necessária a busca constante pela manutenção e aprimoramento das suas habilidades físicas e cognitivas.

Os Pilares do Sucesso

 

  • Artioli: Em sua opinião, quais foram os principais valores e habilidades que você desenvolveu ao longo da carreira e que foram essenciais para alcançar posições de liderança na FAB?

Desde a nossa formação, o oficial é treinado para liderar e ao longo da carreira temos a oportunidade de exercitar essa liderança em diferentes níveis, começando com uma Célula/Seção, quando você terá poucos subordinados, chegando até as posições de liderança como o Comando de uma Unidade Aérea. Na minha experiência em particular, eu destaco que a integridade, ou seja, a vontade de querer fazer o que é correto em qualquer circunstância e o comprometimento, que pode ser entendido como a satisfação em pertencer à instituição e o gosto pelo trabalho bem feito foram valores que pavimentaram a minha carreira e acredito que auxiliaram com que eu chegasse ao Comando da Unidade de Caça mais operacional da FAB.

  1. Artioli: Liderança em Ambientes de Alta Performance
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  • Como líder no 3º/3º GAV, você gerencia equipes em operações que demandam alta precisão e comprometimento. Que lições sobre liderança em alta performance você acredita que empresários podem aplicar em seus negócios?
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Eu diria que para liderar equipes de alta performance é necessário procurar interferir o mínimo possível no momento da execução. Porém, é necessário apresentar com clareza as expectativas/metas e estabelecer processos e procedimentos bastante robustos e de fácil entendimento, para que as ações sejam executadas da maneira prevista, entregando os resultados esperados pela organização.  

A Importância do Planejamento Estratégico

 

  • Artioli: Operações aéreas exigem planejamento detalhado e execução impecável. Como você aplica esses conceitos no seu dia a dia, e como empresários podem utilizá-los para alcançar melhores resultados?
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Costumo dizer para os meus comandados que temos que evitar trabalhar de forma “reativa”. Com certeza coisas que não podem ser antecipadas vão acontecer e nesses casos precisamos reagir. Mas para todo o resto precisamos nos planejar, estabelecer marcos de controle e atuar de maneira proativa. Isso vale tanto para uma missão operacional de caça quanto para as atividades administrativas. Para isso, é importante se valer de experiências anteriores, benchmarking e ferramentas de TI para auxiliar no planejamento a médio e longo prazo.   

Tomada de Decisão sob Pressão

 

  • Artioli: Pilotos de caça enfrentam decisões críticas em frações de segundos. Que conselhos você daria para empresários que precisam tomar decisões difíceis em momentos de crise?
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Eu costumo utilizar uma analogia da caixa de ferramentas com meus oficiais. Quando nos deparamos com uma situação problema, vamos acessar a nossa “caixa de ferramentas” (que está no nosso cérebro) para ver o que tem disponível para resolver o problema. Se a caixa estiver vazia, vai ser difícil tomar uma decisão assertiva. Então o que nós fazemos como piloto é incluir diferentes ferramentas nessa “caixa”, por meio de estudo, preparação, trocas de experiências entre pilotos e por meio das nossas próprias experiências em voos anteriores. Não é mágica, não tem como você tomar uma decisão assertiva sem nenhuma “ferramenta” na sua caixa. Além disso, antes de tudo é essencial analisar a situação antes da tomada de decisão, pois uma avaliação incorreta da situação vai levar à solução incorreta. 

Comprometimento com o Desenvolvimento Contínuo

 

  • Artioli: Sua trajetória inclui cursos e experiências operacionais no Brasil e no exterior. Como o aprendizado constante contribuiu para o seu sucesso, e por que você acredita que isso também é vital para líderes empresariais?

Acredito que em qualquer profissão, no momento que você deixa de buscar conhecimento, ainda mais no mundo de hoje, onde as coisas evoluem em uma velocidade exorbitante, a tendência vai ser de estagnação. O aperfeiçoamento contínuo faz parte da vida de qualquer um que não queira “ficar para trás”.    

  1. Artioli: Inspirando e Desenvolvendo Equipes
  2.  
  • Como comandante, você é responsável por formar novos pilotos e liderar equipes. Que práticas você utiliza para inspirar e capacitar pessoas, e como empresários podem fazer o mesmo em suas empresas?


A literatura é ampla em relação a técnicas de liderança, não vou me arriscar a ensinar sobre o assunto até porque eu aprendo a cada dia, mas particularmente eu acredito que o exemplo, a empatia e o tratamento cordial são bastante importantes para liderar e inspirar pessoas a fazerem bem o seu trabalho.

  1. Resiliência e Superação de Desafios
  2.  
  • Artioli: Quais foram os maiores desafios que você enfrentou em sua carreira, e que lições você tirou deles que poderiam ser úteis para empresários no início de suas jornadas?
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Na carreira militar você não escolhe a missão que vai cumprir, a localidade que vai servir ou o tempo que vai ficar longe da sua família. É normal ficar alguns meses do ano longe de casa, em missões muitas vezes em localidades desprovidas de apoio.  A resiliência durante os desafios é essencial e serve de base para criar a empatia necessária quando atingir uma posição gerencial ou de liderança.  

  1. Alinhamento a um Propósito Maior
  2.  
  • Artioli: Operar na aviação militar significa trabalhar com um propósito claro e impactante. Como empresários podem identificar e alinhar suas empresas a um propósito que motive suas equipes e impulsione seus negócios?
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Identificar e reforçar a missão da sua organização é essencial para que não se perca o “norte”. Sugiro que se busque, de tempos em tempos, verificar se todos os membros da organização entendem o motivo pelo qual estão trabalhando.

  1. Dica para Empresários no Começo da Jornada
  2.  
  • Artioli: Que conselho você daria para empresários que estão no início de suas carreiras, enfrentando desafios e buscando um caminho para o sucesso?
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Se inspirem nos bons exemplos que tiveram ao longo da vida, continuem buscando o aprimoramento contínuo e sejam resilientes, o caminho normalmente não é uma linha reta e será cheio de desafios. Senta a Púa!!

 

Análise de Neuromarketing

 

A análise do texto do Tenente-Coronel Felipe Luís de Oliveira Vilela sob a ótica dos neurotransmissores revela como essas substâncias químicas facilitaram seu sucesso na liderança e em sua carreira na aviação de caça da Força Aérea Brasileira (FAB). Aqui estão os principais neurotransmissores envolvidos e suas funções:

1. Dopamina – Motivação e Recompensa

A dopamina está associada ao sistema de recompensa e motivação. No relato do Tenente-Coronel, sua escolha pela aviação de caça foi impulsionada pelo desejo de desafios cognitivos e físicos constantes. A busca pelo aprimoramento contínuo e pela excelência na execução de tarefas complexas ativa o circuito dopaminérgico, reforçando a motivação para atingir altos padrões de desempenho.

2. Noradrenalina – Atenção e Resposta ao Estresse

A noradrenalina é fundamental para a atenção e a prontidão em situações de alta exigência. Como piloto de caça, ele precisa tomar decisões rápidas e precisas sob pressão. Esse neurotransmissor permite que ele mantenha um estado elevado de alerta, essencial para operações de alto risco, como o combate aéreo e missões estratégicas.

3. Acetilcolina – Memória, Aprendizagem e Coordenação Motora

A acetilcolina desempenha um papel crítico na aprendizagem, memória e coordenação motora. O treinamento intensivo da aviação de caça exige uma capacidade elevada de retenção de informações e adaptação rápida a novas condições operacionais. A liderança no 3º/3º GAV requer a habilidade de estruturar estratégias e processos de maneira eficiente, o que também depende da atuação da acetilcolina.

4. Serotonina – Resiliência e Controle Emocional

A serotonina contribui para a regulação do humor, controle emocional e resiliência. O Tenente-Coronel menciona a importância da integridade e do comprometimento na sua trajetória. Essas qualidades indicam um alto nível de estabilidade emocional, algo essencial para liderar em ambientes de alta pressão e manter a coesão da equipe.

5. Adrenalina – Tomada de Decisão Rápida e Resposta ao Perigo

A adrenalina é liberada em situações de estresse e emergência, preparando o organismo para a ação. No contexto da aviação de caça, onde cada decisão pode ser uma questão de vida ou morte, a rápida ativação desse neurotransmissor permite reações ágeis e eficientes. A mentalidade de “trabalhar de forma proativa” e evitar ações reativas mostra que ele sabe gerenciar bem o impacto da adrenalina no seu dia a dia.

6. GABA – Controle da Ansiedade e Precisão na Execução

O GABA é o principal neurotransmissor inibitório, ajudando no controle da ansiedade e na estabilidade emocional. O Tenente-Coronel descreve a importância de não interferir demasiadamente na execução das tarefas de sua equipe e de confiar nos processos. Isso sugere um alto nível de controle sobre os impulsos emocionais, permitindo uma liderança eficaz e estratégica.

7. Endorfinas – Resiliência e Superação

As endorfinas ajudam a mitigar o impacto do estresse e promovem uma sensação de bem-estar. O fato de ele destacar a necessidade de resiliência e de adaptação a missões longas e desafiadoras sugere que sua capacidade de superação pode estar associada à regulação eficiente desse neurotransmissor.

O sucesso do Tenente-Coronel Felipe Luís de Oliveira Vilela na liderança e na carreira militar pode ser explicado por um equilíbrio eficaz de neurotransmissores que promovem:

  • Motivação e aprendizado contínuo (dopamina e acetilcolina)
  • Atenção e resposta rápida a desafios (noradrenalina e adrenalina)
  • Controle emocional e resiliência (serotonina, GABA e endorfinas)

Esse equilíbrio neuroquímico demonstra como sua capacidade de liderança e tomada de decisões estratégicas foram otimizadas por fatores biológicos e psicológicos, elementos essenciais tanto para o desempenho na aviação de caça quanto para a gestão de equipes de alta performance.

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